MOÇAMBIQUE — A Polícia da República de Moçambique (PRM) lançou um alerta urgente sobre o aumento da violência sexual contra menores. No primeiro semestre de 2025, 84,7% das vítimas de crimes sexuais eram crianças. As estatísticas mostram 1.182 casos em todo o país. Na maioria dos casos, os agressores pertencem ao círculo familiar, incluindo padrastos, tios ou vizinhos.
Objectivo central da iniciativa
As informações foram divulgadas durante uma formação na cidade de Nampula. Cerca de 40 agentes e chefes de esquadra participaram da capacitação, promovida com apoio do PNUD e com envolvimento de representantes da Saúde, Justiça e sociedade civil. O foco principal da iniciativa consiste em reforçar a prevenção e melhorar a resposta à violência baseada no género, sobretudo na protecção da criança.
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Conforme alertou a PRM, muitas mães hesitam em denunciar os abusadores. Frequentemente, o medo de desagregar o lar impede uma resposta imediata. No entanto, esse silêncio perpetua o sofrimento das crianças. Por isso, as autoridades pedem colaboração ativa das famílias.
Reações e expectativas
Entre janeiro e junho, Moçambique registou 4.812 casos de violência doméstica. Comparando com o mesmo período de 2024, houve um aumento de 61 ocorrências. Embora os casos de violência baseada no género tenham diminuído ligeiramente — de 9.250 para 9.089 — os dados continuam alarmantes. Segundo a PRM, muitas vítimas ainda ocultam os abusos, dificultando a intervenção.
Além disso, a PRM levantou preocupação com os casos de violência contra homens. Apesar de menos visível, o fenómeno existe. Várias vítimas sofrem em silêncio por causa do estigma social. Por conseguinte, a PRM apela a que todos os cidadãos denunciem qualquer forma de violência, independentemente do género.
Próximos passos e implicações
Durante o mesmo período, o país registou 48 mortes causadas por agressões físicas graves. Além disso, notificaram-se 119 uniões prematuras. Contudo, as autoridades acreditam que esses números estão abaixo da realidade. Em várias comunidades, essas práticas ainda são socialmente aceites.
Nos próximos meses, a PRM pretende expandir formações semelhantes a outras províncias. A estratégia passa por melhorar os canais de denúncia, capacitar mais agentes e intensificar campanhas de sensibilização. Com esse esforço coordenado, o país poderá fortalecer a proteção das crianças e reduzir os índices de violência.
O Radar Info MZ continuará a acompanhar esta iniciativa nacional e divulgará os avanços no combate à violência baseada no género em Moçambique.