Araújo Aponta Diálogo como Saída para Crise na Renamo

Manuel de Araújo Aponta o Diálogo como Solução para Crise na Renamo

Quelimane, Moçambique – O Presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, defendeu esta quarta-feira que o respeito pelos estatutos e o diálogo franco são as chaves para resolver a actual crise interna na Renamo. A posição foi manifestada durante uma entrevista concedida ao programa “Grande Entrevista”, emitido pela Stv.

Crise interna exige respeito institucional e abertura

Durante a conversa com o jornalista, Manuel de Araújo traçou um diagnóstico da situação interna que a Renamo atravessa, marcada por divisões, tensões e disputas pela liderança. Para o edil, a saída sustentável dessa crise deve começar pelo cumprimento rigoroso dos estatutos do partido, documento que rege o funcionamento democrático interno da organização.

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“Os estatutos não são peças decorativas. São a espinha dorsal de qualquer organização política”, afirmou. De acordo com ele, sem respeito institucional, qualquer tentativa de pacificação torna-se frágil e vulnerável a novas rupturas. Além disso, destacou a importância de se abrir um canal permanente de diálogo com todas as correntes internas.

Sobre Venâncio Mondlane: “Não é insubstituível”

Indagado sobre o papel de Venâncio Mondlane, ex-membro da Renamo, Manuel de Araújo foi claro: reconhece a sua contribuição, mas rejeita a ideia de que Mondlane seria a única figura com capacidade para impulsionar o partido rumo à vitória eleitoral. “Nenhum partido deve depositar o seu futuro nas mãos de um único indivíduo. Isso é perigoso e antidemocrático”, alertou.

Segundo Araújo, a Renamo possui uma base histórica sólida, militantes experientes e jovens quadros capazes de projectar o partido no cenário político nacional. Por isso, defende que o partido precisa reencontrar a sua identidade colectiva e construir uma liderança plural e representativa.

Crítica à estratégia de ruptura de Mondlane

Manuel de Araújo também avaliou a estratégia de saída de Mondlane. Para o edil, o antigo deputado poderia ter optado por uma abordagem mais construtiva. Em vez de abandonar o partido em meio à crise, Mondlane teria contribuído mais permanecendo no seio da organização e promovendo a reforma a partir de dentro.

“Não se abandona a casa quando há fogo. Tenta-se apagar as chamas por dentro”, disse. De acordo com ele, a saída de Mondlane deixou um vácuo que polarizou ainda mais as alas internas do partido. Contudo, acredita que há tempo para reconstruir pontes e recuperar a confiança da base militante.

Apelo à unidade e preparação para 2029

Ao longo da entrevista, Manuel de Araújo apelou à unidade interna da Renamo, considerando que o cenário político exige uma oposição forte, coesa e preparada para os desafios das eleições gerais de 2029. Segundo ele, a divisão só beneficia os adversários e enfraquece o papel fiscalizador da oposição.

“Temos a responsabilidade histórica de oferecer uma alternativa viável e coerente. Isso só será possível se colocarmos Moçambique acima das agendas individuais”, sublinhou.

O papel da liderança nacional

Por fim, Araújo instou a liderança nacional da Renamo a abrir espaço para novas vozes, a descentralizar a tomada de decisões e a respeitar os princípios democráticos internos. Considera que o partido precisa reinventar-se, aprender com os erros do passado e reconquistar o eleitorado com propostas claras, realistas e inclusivas.

“Não se trata apenas de ganhar eleições. Trata-se de restaurar a confiança do povo na política. E isso começa dentro dos partidos”, concluiu.

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