A Autoridade Independente de Supervisão Policial do Quênia (IPOA) afirmou que as forças de segurança usaram “força grosseiramente desproporcional” durante quatro rodadas de manifestações. Desde meados de junho, esses protestos deixaram 65 mortos e mais de 340 civis feridos.
Relatório revela abusos policiais
Em um relatório divulgado na quinta-feira, os investigadores do IPOA atribuíram a maioria das fatalidades — incluindo 41 mortes somente no dia 7 de julho — a tiros e espancamentos da polícia. Além disso, 70 policiais também ficaram feridos.
Jogue no Placard e transforme os seus palpites em prémios reais.
Os policiais dispararam repetidamente tiros reais à queima-roupa. Entre as vítimas, estavam uma menina de 12 anos que assistia televisão e o vendedor ambulante Boniface Kariuki, baleado à queima-roupa em 17 de junho.
Distúrbios e respostas policiais
Embora saques e incêndios criminosos tenham sido realizados por indivíduos que o IPOA chamou de “bandidos oportunistas”, suas ações não justificaram respostas letais por parte da polícia.
Por outro lado, o Serviço Nacional de Polícia não quis comentar o relatório. Em vez disso, remeteu a declaração do Ministério do Interior de 15 de julho, que culpava “anarquistas e saqueadores” pela violência.
Reações das autoridades
O presidente William Ruto instruiu os policiais a atirarem nos vândalos “nas pernas” para incapacitá-los, em vez de matá-los. No entanto, grupos de direitos humanos afirmam que essa ordem ainda viola os padrões internacionais.
Além disso, o Ministro do Interior, Kipchumba Murkomen, negou a brutalidade sistêmica e classificou os protestos como “terrorismo disfarçado de dissidência”.
Três policiais estão atualmente sendo julgados pela morte sob custódia do blogueiro-professor Albert Ojwang, cujo caso deu início à primeira marcha em 12 de junho.
Próximos passos e reivindicações
O IPOA pediu processos judiciais rápidos, treinamento aprimorado para controle de multidões e indenizações para as vítimas. Ao mesmo tempo, coalizões da sociedade civil planejam novas manifestações exigindo uma investigação independente e a revogação das chamadas “políticas econômicas repressivas”, que têm gerado indignação pública.