O movimento rebelde M23 alertou, em 25 de julho, que não participará das negociações de Doha no próximo mês, a menos que Kinshasa liberte centenas de detidos. Segundo o grupo, esses prisioneiros deveriam ter sido libertados conforme a declaração de princípios deste mês. Por isso, o M23 mantém sua posição firme.
Posição do M23 e declaração oficial
Em coletiva de imprensa no mesmo dia, o secretário permanente e negociador do M23, Benjamin Mbonimpa, questionou: “O que faremos em Doha se nossos prisioneiros ainda não forem libertados?” Ele destacou que a declaração prevê a implementação dessa cláusula antes da continuação das negociações. Portanto, a participação depende desse passo.
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Detalhes do roteiro mediado pelo Catar
O roteiro, assinado em 19 de julho, estabelece o prazo final para um acordo em 18 de agosto. Além disso, as negociações formais devem começar em 8 de agosto. Também, “medidas imediatas”, como a libertação de prisioneiros, precisam ser concluídas até 29 de julho.
Conflitos persistentes em Kivu
Apesar do cessar-fogo, os confrontos entre o M23 e as milícias Wazalendo — aliadas ao exército congolês — aumentaram em Kivu do Norte e Kivu do Sul. Cada lado acusa o outro de violar o acordo. Mbonimpa ressaltou que o M23 permanece na defensiva e avisou: “Se o Wazalendo nos atacar, declararemos Kinshasa responsável”.
Reações da população em Goma
Na cidade de Goma — tomada pelo M23 em janeiro —, moradores afirmam que as esperanças geradas pelo Acordo de Doha estão se esvaindo. Por exemplo, Amani Safari disse: “Ainda estamos esperando por uma mudança real”. Além disso, outro morador, Bisimwa Alame, pediu um acordo “para que o país possa retornar à paz”.
Perspectivas para as negociações
Se Kinshasa liberar os prisioneiros antes do prazo de 29 de julho, a rodada de Doha marcada para 8 de agosto poderá ocorrer. Caso contrário, o processo enfrentará o risco de um novo colapso. Assim, o futuro das negociações depende diretamente dessa decisão.