Países Árabes e Europeus Unem-se para Isolar o Hamas e Avançar Reconhecimento da Palestina
Os países árabes preparam-se para condenar formalmente o Hamas e exigir seu desarmamento numa reunião ministerial da ONU, marcada para o início da próxima semana em Nova York. Esta será a primeira vez que uma coligação árabe expressará de forma unificada oposição ao grupo islâmico, numa ação coordenada com países europeus para avançar o reconhecimento internacional de um Estado Palestino.
França e Arábia Saudita lideram nova abordagem diplomática
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, revelou ao semanário Le Journal du Dimanche que Paris e Riade trabalharam juntas para desenvolver um roteiro de paz pós-guerra. O plano incluirá garantias de segurança, reconstrução das infraestruturas palestinas e reforço da governança, em consonância com os Acordos de Abraham. O objetivo é fortalecer a Autoridade Palestina como entidade legítima e funcional.
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“Isto selará o isolamento político do Hamas. Ao mesmo tempo, os países europeus irão confirmar sua intenção de reconhecer formalmente a Palestina como Estado soberano”, afirmou Barrot. Segundo ele, metade dos países da UE já reconheceu a Palestina, enquanto outros — incluindo Reino Unido e Alemanha — estão a considerar fazê-lo.
Divisões na Europa, mas avanço no reconhecimento da Palestina
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que a França irá formalizar o reconhecimento da Palestina na Assembleia Geral da ONU, agendada para 21 de setembro. Esta declaração provocou reações imediatas. Washington e Jerusalém criticaram a decisão, enquanto a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, considerou o reconhecimento “prematuro” e “contraproducente”.
Berlim, por sua vez, sinalizou não ter planos concretos para aderir, mas não descartou a possibilidade futura. A Alemanha tem mantido uma posição cautelosa, embora enfrente pressões internas e externas para apoiar uma solução de dois Estados.
Pressão sobre Israel e financiamento à Autoridade Palestina
Barrot também indicou que a Comissão Europeia irá endurecer a sua posição em relação a Israel. Espera-se a exigência de suspensão imediata dos assentamentos na Cisjordânia e de reformas na entrega de ajuda humanitária, com foco na desmilitarização do policiamento e respeito pelo direito internacional.
Além disso, a França pressiona os parceiros da UE para pôr fim ao bloqueio financeiro contra a Autoridade Palestina. Estima-se que cerca de €2 mil milhões estejam retidos, fundos considerados cruciais para a reconstrução institucional e econômica do futuro Estado Palestino.
Momento decisivo na diplomacia do Médio Oriente
A reunião na ONU poderá marcar uma viragem histórica na diplomacia do Médio Oriente. Ao isolar o Hamas e canalizar apoio para a Autoridade Palestina, a nova estratégia visa relançar as negociações de paz com base numa visão realista e multilateral. No entanto, o sucesso do plano dependerá da aceitação regional, do consenso europeu e da posição que os EUA adotarão nas próximas semanas.