Gana reforça segurança em Bawku após assassinato de estudantes e medo de expansão jihadista
O governo do Gana enviou tropas para a cidade de Bawku, no norte do país, após o assassinato brutal de três estudantes no último fim de semana. Homens armados não identificados emboscaram as vítimas perto de uma escola, provocando indignação. Além disso, o ataque acendeu o alerta de uma possível escalada da violência.
A cidade, situada próxima à fronteira com Burkina Faso, já enfrentava uma tensão constante devido a uma disputa étnica histórica pela chefia tradicional. Como resultado, o episódio reacendeu temores sobre o alastramento dos conflitos jihadistas no Sahel para dentro do território ganês.
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Governo impõe toque de recolher e promete resposta firme
Em resposta à escalada, o governo implementou um toque de recolher rigoroso das 14h às 6h em Bawku e regiões vizinhas. Segundo o Ministro das Comunicações, Felix Kwakye Ofosu, a abordagem agora vai além da manutenção da paz. “Estamos a impor ativamente a ordem”, afirmou em conferência. Por conseguinte, autoridades intensificaram o patrulhamento militar e policial.
Uma operação de segurança abrangente já está em curso, com foco na proteção de escolas e estudantes. Enquanto isso, o ministro pediu contenção e apelou a todas as partes envolvidas para apoiarem o processo de paz em andamento.
Disputa étnica alimenta insegurança crónica
A crise em Bawku remonta a uma disputa de décadas entre os grupos étnicos Mamprusi e Kusasi, que disputam o direito legítimo ao trono da chefia tradicional. Por outro lado, esse conflito local tem servido de terreno fértil para a infiltração de grupos armados.
No ano passado, Gana já havia deslocado mais de 1.000 militares e agentes da polícia para a região, após o assassinato de um oficial de imigração perto da fronteira. Desde então, o Exército intensificou patrulhas preventivas ao longo da linha fronteiriça.
Fronteira vulnerável e risco transfronteiriço crescente
Com a crescente instabilidade no Burkina Faso e outros países do Sahel, Bawku tornou-se um ponto crítico de segurança regional. Portanto, o avanço de militantes islâmicos, que já deslocaram milhões de pessoas na região, levanta preocupações sobre um possível transbordamento do extremismo para Gana.
As autoridades reforçaram o compromisso de proteger vidas e patrimônios. No entanto, reconhecem que será necessário um esforço coordenado entre forças de segurança, líderes comunitários e organismos regionais para restaurar a paz de forma duradoura.