ONU alerta: mais de 1 bilhão de africanos não conseguem manter dieta saudável em 2024
Um novo relatório das Nações Unidas revelou um crescimento alarmante da insegurança alimentar na África, com mais de 1 bilhão de pessoas incapazes de manter uma dieta saudável em 2024. Isso representa quase dois terços da população do continente, superando todas as demais regiões do mundo.
Embora a taxa global de fome tenha registrado uma leve queda, passando de 8,5% em 2023 para 8,2% em 2024, a situação africana piorou significativamente. A taxa de subnutrição ultrapassa os 20%, destacando a distância crescente entre a África e o progresso feito por outras regiões rumo ao fim da fome até 2030.
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Insegurança alimentar na África dobra a média global
De acordo com o relatório, a insegurança alimentar moderada ou grave atinge mais de 56% da população africana, mais que o dobro da média global de 28%. Por conseguinte, a África tornou-se o epicentro da crise alimentar mundial.
O documento foi produzido em parceria por cinco agências da ONU, incluindo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Violência, economia frágil e clima agravam a crise
Segundo o economista-chefe da FAO, Máximo Torero, a atual trajetória “é profundamente preocupante”. Além disso, ele alertou que, sem ações corretivas imediatas, o continente enfrentará consequências catastróficas.
Torero apontou três causas principais da crise alimentar: conflitos armados, instabilidade econômica e choques climáticos. Esses fatores combinados sobrecarregam sistemas agrícolas já frágeis, especialmente em países como Sudão, Sudão do Sul, Mali e Nigéria, onde a fome atinge níveis agudos.
ONU prevê 512 milhões de subnutridos até 2030
O relatório estima que, até 2030, cerca de 512 milhões de pessoas em todo o mundo sofrerão de subnutrição crônica. Desse total, quase 60% estarão em África, evidenciando o desequilíbrio global na luta contra a fome.
A interação entre violência prolongada e mudanças climáticas é especialmente prejudicial à produção de alimentos no continente. Por isso, a ONU reforça que a África precisa de apoio internacional urgente para enfrentar a crise.
Ação global é urgente para garantir segurança alimentar
Apesar dos esforços multilaterais em curso, a África continua a ser a região mais vulnerável à fome. Milhões de pessoas lutam diariamente para garantir uma alimentação mínima, enquanto enfrentam instabilidade crescente.
Diante disso, as Nações Unidas apelam por uma resposta coordenada para combater a insegurança alimentar, fortalecer os sistemas agrícolas e apoiar o desenvolvimento sustentável no continente africano.