População de Palma rejeita Totalenergies e exige retorno da Anadarko
Frustração e exclusão em Afungi
A população de Palma, em Cabo Delgado, mostra descontentamento com a Totalenergies, multinacional francesa responsável pelo Projecto Mozambique LNG. Comunidades locais relatam injustiças e exclusão, especialmente no reassentamento, pagamento de indemnizações e oportunidades de emprego.
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Foto: DR / Cabo Delgado
Muitos moradores ainda não receberam indemnizações pelas terras perdidas, e os valores pagos estão abaixo do acordado. Pescadores prejudicados pela impossibilidade de atuar na área do projeto continuam sem compensação adequada. Jovens locais reclamam a falta de empregos, ocupados por pessoas de fora, enquanto Afungi permanece isolada, acessível apenas por avião ou barco.
Saudades da Anadarko e críticas à Totalenergies
Devido à gestão atual, a população exige a saída da Totalenergies e o retorno da norte-americana Anadarko Petroleum Corporation, que havia criado expectativas positivas na região antes de sair. A comunidade solicita diálogo direto com o Presidente da República e representantes da multinacional para resolver a situação.
Foto: DR / Palma
Promessas não cumpridas e impacto social
O projeto, iniciado em 2013 com grande expectativa, trouxe navios, investimentos e movimentação econômica intensa. Contudo, após a saída da Anadarko, a Totalenergies assumiu os processos prometidos às comunidades, muitos dos quais permanecem não cumpridos. O “perímetro verde” de Afungi concentra atividades e empresas, enquanto Palma sofre com isolamento, falta de clientes em hotéis e escassez de comércio local.
Foto: DR / Cabo Delgado
Negociações fracassadas
Um encontro marcado para 12 de agosto entre a população e representantes da Totalenergies fracassou devido à ausência da multinacional. O diálogo foi remarcado para o dia 21, mas a comunidade permanece cansada e frustrada com promessas não cumpridas e injustiças históricas.