RSC em Moçambique enfrenta paradoxo entre governo e Constituição

Paradoxo da Responsabilidade Social Corporativa

Em Moçambique, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) enfrenta tensões profundas entre empresas, comunidades e Estado. O caso da INDO ÁFRICA em Namarrepo 2, Lalaua, ilustra bem este paradoxo. Enquanto o governo critica a qualidade das escolas construídas pela empresa, falha em cumprir a própria legislação e viola direitos constitucionais.

Crítica governamental vs. realidade

O governo distrital questionou a qualidade das quatro salas de aula construídas pela INDO ÁFRICA. No entanto, ignora suas falhas na aplicação da Lei de Minas (Lei n.º 20/2014) e do Decreto n.º 31/2015, além de violar os artigos 88.º e 117.º da Constituição da República de Moçambique. Ou seja, enquanto exige padrões das empresas, não pratica princípios de transparência e participação comunitária.

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Estudo comparativo

Em Gana, o Minerals Development Fund fiscaliza receitas mineiras destinadas às comunidades. Já na Tanzânia, a legislação obriga a participação comunitária direta na escolha de projetos. Comparativamente, Moçambique centraliza e opacifica a gestão da RSC, fragilizando a legitimidade estatal.

Paradoxos evidenciados

  • Paradoxo governamental: critica empresas, mas entrega escolas públicas em condições indignas.
  • Paradoxo legal: existe enquadramento jurídico, mas sua aplicação é seletiva e opaca.
  • Paradoxo constitucional: viola direitos à educação e participação comunitária.

Consequências da má governação

A análise mostra que a eficácia da RSC depende de transparência, auditorias independentes e co-gestão com a comunidade. Sem isso, o Estado age como predador institucional, apropriando-se de fundos e instrumentalizando a RSC para fins políticos.

Recomendações

Para superar o paradoxo, três pilares são essenciais:

  1. Respeito efetivo aos direitos constitucionais (artigos 88.º e 117.º).
  2. Fortalecimento de auditorias independentes e descentralização da gestão da RSC.
  3. Criação de comitês locais que fiscalizem a aplicação dos fundos em tempo real.

Conclusão

O caso da INDO ÁFRICA demonstra que a RSC só será eficaz quando empresas, Estado e comunidades compartilharem poder de decisão sob escrutínio da sociedade civil. Sem isso, críticas governamentais perdem legitimidade e a promessa de direitos constitucionais permanece vazia.

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