
Moçambique enfrenta uma crescente crise de saúde pública com o registo anual de cerca de 26 mil novos casos de cancro e mais de 17 mil mortes associadas à doença, segundo o Ministério da Saúde (MISAU).
Os dados foram revelados pelo secretário permanente do MISAU, Ivan Manhiça, durante uma conferência realizada em Maputo. Ele destacou que os tipos de cancro mais frequentes no país incluem o colo do útero, mama, próstata, sarcoma de Kaposi e várias formas pediátricas. Estes, combinados com os casos relacionados ao HIV-SIDA, representam cerca de 60% dos diagnósticos.
Manhiça explicou que o cancro é hoje a segunda principal causa de morte entre pessoas com idades entre 15 e 49 anos, e a primeira entre os maiores de 50. Estudos internacionais apontam que, a nível global, foram registados 19 milhões de novos casos em 2022 e 10 milhões de mortes. As previsões indicam uma subida para 29,5 milhões de novos casos e 16,4 milhões de óbitos até 2024.
O dirigente alertou que o desconhecimento dos sinais iniciais e a baixa adesão aos rastreios dificultam o diagnóstico precoce, reduzindo as hipóteses de tratamento eficaz. “Cada diagnóstico é uma história interrompida, cada perda é um vazio nas famílias”, afirmou.
Em resposta, o MISAU tem trabalhado com o Gabinete da Primeira-Dama e diversos parceiros para expandir os programas de rastreio, capacitar profissionais de saúde e melhorar o acesso a medicamentos. No entanto, persistem desigualdades regionais no acesso ao tratamento e cuidados.
O encontro terminou com um apelo à sociedade para reforçar o engajamento colectivo e garantir que “nenhum cidadão fique para trás” na luta contra o cancro, destacando a importância da investigação e inovação para reduzir o impacto da doença em Moçambique.
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