A cena política moçambicana ganhou um novo protagonista com a criação da ANAMOLA, partido liderado por Venâncio Mondlane. A formalização jurídica da organização surge num momento em que o país ainda digere a contestação das últimas eleições, marcadas por violência e acusações de fraude.
Albano Cariz, edil da Beira, abandonou o MDM e juntou-se à ANAMOLA, decisão que surpreendeu os bastidores políticos e reforçou a visibilidade do novo projecto. Entretanto, PODEMOS e RENAMO reagiram de forma crítica, considerando o partido de Mondlane mais um obstáculo do que um aliado.
Jogue no Placard e transforme os seus palpites em prémios reais.
A relação com a FRELIMO já começou tensa. A repressão contra simpatizantes da ANAMOLA multiplicou-se em várias províncias. Em Machoca, a prisão arbitrária de um motorista terminou com o comandante da PRM feito refém. Já em Maputo, a chegada de Mondlane ao aeroporto foi recebida com disparos e gás lacrimogéneo.
Num discurso firme, Mondlane garantiu que, em 2028, a ANAMOLA vai “limpar os municípios”. Porém, líderes da oposição mantêm reservas. Elias Dhlakama, dirigente da RENAMO, minimizou o impacto do novo partido e afirmou que a sua formação continua a ser a principal alternativa à FRELIMO.
A FRELIMO, por seu lado, mantém a postura de poder absoluto, sustentada por discursos de veteranos como Alberto Chipande e por estruturas internas como a ACLLIN, que reforçam a ideia de prolongamento no poder.
A análise é clara: a ANAMOLA pode transformar-se numa força disruptiva, mas enfrenta o desafio de se estruturar e evitar a fragmentação da oposição. A disputa de 2028 mostrará se o carisma de Mondlane se traduz em votos ou se apenas dividirá o campo oposicionista.