A Polícia da República de Moçambique (PRM) prendeu sete indivíduos que cometiam assaltos violentos na cidade de Chimoio, província de Manica.
Esses jovens e adolescentes, com idades entre 15 e 30 anos, atuavam nos bairros de Nhamaonha, 16 de Junho e Josina Machel. Os moradores desses locais enfrentavam um clima constante de medo devido à frequência dos ataques.
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Segundo Mouzinho Manasse, chefe das Relações Públicas no comando provincial da PRM, os suspeitos usavam catanas e tubos de canalização afiados para ameaçar as vítimas, especialmente mulheres.
Durante os assaltos, os criminosos levavam telemóveis, bolsas e outros bens pessoais. A maioria das ações ocorria à noite, em zonas mal iluminadas, onde os agressores se aproveitavam da vulnerabilidade das vítimas.
Uma das vítimas reconheceu um dos atacantes e alertou a polícia. A partir dessa denúncia, os investigadores localizaram e prenderam os outros membros do grupo. “Através de um trabalho de investigação, conseguimos neutralizar outros integrantes do grupo”, explicou Manasse, durante a conferência de imprensa na primeira esquadra da PRM em Chimoio.
Enquanto isso, os moradores continuavam a sofrer com ataques diários. Várias testemunhas relataram que os agressores eram vizinhos ou conhecidos, o que agravava ainda mais o medo nas comunidades.
Vítimas relatam ferimentos graves
Uma mulher que preferiu não se identificar contou que um dos atacantes, que vivia na mesma rua, a surpreendeu durante a noite. “Ele usava uma catana e cortou o meu braço. Precisei de atendimento urgente no hospital”, contou a vítima.
Os médicos do Hospital Provincial de Chimoio trataram os ferimentos e confirmaram que a agressão causou danos significativos. A vítima diz que, até hoje, sente medo ao sair à rua. “Nunca pensei que alguém do bairro pudesse fazer isso comigo”, lamentou.
Apesar das detenções, os moradores afirmam que os assaltos continuam em algumas zonas da cidade. Muitos exigem mais patrulhamento e melhor iluminação nas ruas para aumentar a segurança.
Justiça deve julgar os sete detidos
A PRM já levou os acusados à Penitenciária Agrícola Regional – Centro, conhecida como cadeia Cabeça do Velho. A justiça moçambicana deverá responsabilizar os detidos por crimes de roubo agravado.
Manasse pediu à população para denunciar crimes e colaborar com a polícia. “O crime não compensa. Vamos continuar a combater a criminalidade com firmeza. Sempre que notarem algo suspeito, comuniquem às autoridades”, apelou.
Denúncia popular permitiu capturar o grupo
Uma das vítimas mostrou coragem ao identificar um dos assaltantes, o que permitiu à PRM iniciar a investigação. Esse exemplo demonstra como a colaboração dos cidadãos pode fazer a diferença no combate à criminalidade.
Além disso, Manasse sugeriu que os bairros criem redes de vigilância comunitária. “Quando a comunidade trabalha unida, torna-se mais segura. Precisamos dessa organização para enfrentar a criminalidade”, acrescentou.
Portanto, a polícia reforça a importância da denúncia como ferramenta de prevenção. Sem a ajuda das vítimas e das testemunhas, muitos crimes poderiam continuar sem punição.
Jovens em situação de risco e falta de oportunidades
Casos como este levantam preocupações sobre o envolvimento da juventude no crime. A PRM identificou entre os detidos vários jovens que abandonaram a escola e não têm emprego. Muitos também vivem sem apoio familiar ou comunitário.
Especialistas defendem programas de inclusão social como alternativa para reduzir o crime entre jovens. A ausência de oportunidades leva muitos adolescentes a buscar o caminho do crime para sobreviver.
Enquanto isso, a PRM promete manter as operações em Chimoio e noutras cidades da província. A polícia vai continuar a monitorar bairros críticos e prender suspeitos sempre que surgir nova informação.
Os moradores esperam que essa ação policial marque o início de uma resposta mais forte à criminalidade urbana, que nos últimos tempos vinha crescendo sem controle em várias zonas periféricas.