A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve duas mulheres, com idades entre 25 e 30 anos, na cidade de Tete. As duas são acusadas de burla e uso de cheques sem provisão, num esquema que visava enganar um comerciante local.
Compra suspeita levantou alerta no comerciante
O caso começou na semana passada. Uma das suspeitas contactou o proprietário de uma loja de material informático com interesse em adquirir diversos equipamentos. Ela sugeriu pagar com cheques, o que deixou o comerciante desconfiado.
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Por isso, o comerciante exigiu que o valor fosse depositado previamente na sua conta. A mulher aceitou. Pouco tempo depois, o banco confirmou o depósito. No entanto, os problemas começaram logo a seguir.
O banco informou que um dos cheques não tinha fundos suficientes. Além disso, o outro cheque pertencia a uma caderneta extraviada, já denunciada anteriormente. Como resultado, o valor desapareceu da conta bancária do comerciante.
SERNIC intervém e recupera parte dos bens
Após perceber que poderia estar a ser burlado, o comerciante notificou o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC). A resposta foi rápida. Os agentes iniciaram diligências e conseguiram deter duas mulheres diretamente ligadas ao caso.
Durante a operação, o SERNIC localizou e recuperou parte da mercadoria em Maputo. Segundo fontes ligadas à investigação, a operação confirmou que o esquema tinha ramificações fora da província de Tete.
Enquanto isso, a polícia mantém buscas para capturar uma terceira mulher, que fugiu e permanece em paradeiro desconhecido. As duas mulheres detidas apontaram essa terceira suspeita como a principal responsável.
Suspeitas alegam inocência e apontam cúmplice em fuga
Durante o interrogatório, uma das detidas afirmou que apenas cumpriu ordens de uma mulher baseada em Maputo. Segundo ela, foi essa pessoa quem tratou dos pagamentos e orientou todo o processo.
“A dona da mercadoria me ligou de Maputo. Ela pediu que eu apenas acompanhasse o processo. Os pagamentos foram feitos por ela”, declarou a mulher, negando envolvimento direto na fraude.
A segunda detida apresentou versão semelhante. Ambas afirmam que apenas serviram como intermediárias. No entanto, a polícia continua a tratar as duas como cúmplices até que as investigações confirmem os factos.
Autoridades seguem novas pistas
As autoridades garantem que já possuem pistas sobre o paradeiro da mulher foragida. A PRM e o SERNIC estão a cruzar dados entre Maputo e Tete, com o objetivo de encerrar completamente o caso.
Além disso, os investigadores acreditam que este esquema pode estar ligado a outras fraudes em diferentes províncias. “Estamos a analisar se este grupo já actuou noutros pontos do país”, revelou um agente envolvido no processo.
Comerciantes pedem mais vigilância e medidas firmes
O comerciante lesado reforçou a importância de medidas de prevenção. “Se eu tivesse entregue a mercadoria sem verificar o depósito, teria perdido tudo. Felizmente, fui cuidadoso”, disse.
Como consequência, outros empresários da cidade já começaram a rever os seus métodos de pagamento. Muitos dizem que vão recusar qualquer transação feita por cheque, devido ao aumento de burlas com esse método.
Por agora, as duas suspeitas permanecem detidas e à disposição da justiça. A polícia mantém-se focada na captura da terceira envolvida, enquanto reforça o alerta aos comerciantes: verifiquem sempre os depósitos antes de concluir vendas de grande valor.