
A crise de segurança em Cabo Delgado agravou-se novamente. Desta vez, insurgentes atacaram uma ambulância na estrada N380, entre zonas críticas da província. Durante o assalto, roubaram medicamentos e exigiram 10.000 meticais por cada ocupante.
Este incidente representa mais do que um simples ataque. Na verdade, mostra o crescimento da ousadia dos grupos armados e a fraqueza progressiva das rotas de transporte. Além disso, não se trata de um caso isolado.
De acordo com o Conselho Empresarial de Cabo Delgado, 104 veículos foram intercetados recentemente. Em diversos casos, os agressores exigiram valores que chegam a 350.000 meticais. Simultaneamente, multiplicaram-se relatos de cobrança ilegal de “portagens” por parte dos mesmos grupos.
Esse agravamento coincide com a retirada das escoltas militares nas principais vias. Como consequência, motoristas e comerciantes circulam agora sem qualquer proteção. Essa ausência facilita raptos, assaltos e outras formas de extorsão.
Perante esta realidade, vários líderes comunitários lançaram um apelo urgente ao Governo. Exigem o regresso imediato das escoltas e a criação de posições militares fixas ao longo das estradas. Segundo eles, sem essas medidas, a circulação torna-se insustentável.
Importa lembrar que Cabo Delgado enfrenta uma insurgência desde 2017. Durante este período, milhares de pessoas perderam a vida. Ao mesmo tempo, mais de um milhão de cidadãos foram obrigados a abandonar as suas casas.
Embora existam esforços internacionais para conter a violência, a situação continua crítica. Por isso, muitas comunidades vivem num estado constante de medo e incerteza. Uma resposta firme e coordenada por parte do Estado é, neste momento, indispensável.
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