Ex-primeiro-ministro do Mali detido por criticar governo militar
Moussa Mara, ex-primeiro-ministro do Mali, foi detido na sexta-feira (1) e acusado formalmente. A detenção ocorreu após ele criticar, nas redes sociais, o governo militar liderado por Assimi Goita. Em uma publicação de 4 de julho, Mara denunciou o encolhimento do espaço democrático e expressou apoio a opositores presos.
Governo acusa Mara de minar o Estado e espalhar informações falsas
De acordo com o advogado Mountaga Tall, Mara enfrenta acusações de “minar a credibilidade do Estado” e “disseminar informações falsas”. Além disso, as autoridades marcaram o seu julgamento para o dia 29 de setembro. Embora tenha sido interrogado diversas vezes durante julho, ele só foi formalmente acusado após ser impedido de viajar para o Senegal no dia 21.
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Mara critica renovação do mandato da junta e repressão política
Atualmente, Mara é uma das poucas figuras públicas que desafiam abertamente a junta. Segundo ele, a dissolução de partidos políticos e o mandato renovável de cinco anos para Assimi Goita são medidas autoritárias. O atual líder chegou ao poder através de dois golpes de Estado, em 2020 e 2021. Desde então, governa o Mali sem realizar eleições.
Crise política agrava instabilidade provocada por ataques jihadistas
Enquanto a repressão política se intensifica, a situação de segurança no Mali continua a deteriorar-se. Grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda, incluindo a Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), aumentaram os ataques na região do Sahel. Neste contexto, os militantes invadem bases militares, extorquem populações rurais e emboscam comboios.
Na sexta-feira, o JNIM afirmou ter emboscado um comboio de soldados malineses e mercenários russos na região central de Tenenkou. O exército confirmou o ataque. Contudo, não divulgou o número de vítimas.