
Cabo Delgado – Quase dez meses depois da passagem do ciclone Chido, o cenário em Murrébuè, no distrito de Mecúfi, continua dramático. Famílias inteiras vivem em casas improvisadas, enfrentando a fome e a incerteza, com apenas uma refeição por dia.
O ciclone devastou a região sul da província em meados de 2024, destruindo casas, machambas e deixando comunidades sem sustento. Hoje, mulheres, homens e crianças lutam para sobreviver em condições precárias, tentando reconstruir o pouco que sobrou.
Em testemunhos marcados pela dor, várias mães relatam a dificuldade diária. Algumas cozinham apenas ao cair do sol, muitas vezes mandioca seca ou folhas sem valor nutritivo, enquanto as crianças passam o dia sem se alimentar. “O ciclone levou tudo. Só comemos uma vez ao dia e não sabemos o que vamos dar às crianças amanhã”, disse uma residente local.
Apesar de alguns apoios recebidos, os habitantes afirmam que a ajuda tem sido insuficiente. Dois sacos de arroz foram até agora a única assistência significativa, mas não chegam para suprir as necessidades de toda a comunidade. “O pouco que resta nas machambas não é suficiente”, acrescentou outra moradora.
As famílias apelam por alimentos, abrigo e apoio urgente para recuperar a dignidade. Em Murrébuè, o ciclone não levou apenas as casas e plantações, mas também a segurança e a esperança de centenas de pessoas.
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