Durante uma intervenção comovente no programa “Diário do Povo”, transmitido pela TTV, uma idosa residente na Província de Inhambane fez um apelo forte e contundente em defesa de Venâncio Mondlane. As declarações emocionaram os telespectadores e ecoaram nas redes sociais como um grito de revolta contra a crise social e política em Moçambique.
Desabafo denuncia desemprego e injustiça social
A idosa iniciou o seu testemunho relatando o sofrimento vivido pelas famílias moçambicanas. “Somos velhas, mas estamos desgastadas com este nosso país. Os nossos filhos estudaram, fizeram universidade, mas não há emprego. Trazem os documentos para casa para serem comidos por ratos”, lamentou ao vivo.
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Com esse relato, ela expôs o sentimento de frustração de muitos cidadãos que, apesar de investirem na educação dos filhos, continuam sem ver melhorias nas suas condições de vida. Além disso, a crítica direta às oportunidades limitadas evidenciou o abandono sentido por grande parte da população.
Solidariedade firme com Venâncio Mondlane
No auge da sua intervenção, a mulher posicionou-se ao lado de Venâncio Mondlane. “O Venâncio está connosco. Mesmo nós que já não conseguimos andar, estamos com ele”, declarou. Com voz firme e indignada, acrescentou: “Se pensarem em matá-lo, Moçambique vai arder”.
Por conseguinte, as declarações ganharam repercussão imediata e refletem o crescente apoio popular a Mondlane, num contexto marcado por acusações judiciais, denúncias de perseguição política e instabilidade institucional. Essa manifestação pública fortalece o discurso de resistência civil.
Crítica direta à forma de governação
Além de expressar solidariedade, a idosa denunciou a atual gestão política do país. “Não é assim que se governa. Estão a brincar com o povo, amarraram-nos como dominós”, afirmou, ao acusar as autoridades de manipular e negligenciar as necessidades básicas da população.
Consequentemente, o episódio televisivo reacendeu o debate nacional sobre justiça, inclusão social e representatividade popular. Num país onde a população idosa raramente tem voz nos meios de comunicação, o desabafo desta cidadã tornou-se símbolo de resistência e coragem.
Contexto político acirrado
As declarações surgem num momento em que Venâncio Mondlane enfrenta um processo controverso, com acusações formais e tensões públicas. Diversas figuras políticas, como António Muchanga, já acusaram a Procuradoria-Geral da República de conduzir um processo politicamente motivado.
Assim sendo, o sentimento popular, reforçado por este depoimento, demonstra que o caso ultrapassa a esfera judicial e tornou-se um símbolo do descontentamento nacional.
Por fim, a comoção provocada pela idosa revela uma verdade sensível: as feridas sociais de Moçambique estão abertas, e o povo, mesmo os mais vulneráveis, exige mudança com voz firme e clara.