Protestos contra aumento do diesel deixam 22 mortos em Angola
Os protestos violentos em Angola já causaram 22 mortes e deixaram 197 pessoas feridas, segundo confirmou o ministro do Interior, Manuel Homem, nesta quarta-feira após a reunião do Conselho de Ministros. A agência estatal Angop divulgou os dados.
Entre os mortos está um agente da polícia. As autoridades também detiveram 1.214 cidadãos por envolvimento em actos de vandalismo, saques e ataques às forças de segurança.
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O porta-voz da polícia, Mateus Rodrigues, condenou os actos e afirmou que as acções em Luanda não representam manifestações legítimas.
Greve de taxistas intensificou os confrontos
A violência eclodiu na segunda-feira. As associações de táxis e micro-ônibus iniciaram uma greve de três dias e aumentaram as tarifas em 50%, protestando contra a recente alta de 33% no preço do diesel. A população aderiu rapidamente aos protestos.
Com a mobilização, manifestantes bloquearam ruas, incendiaram veículos e invadiram lojas. A situação saiu do controlo em várias zonas da capital Luanda.
Redução de subsídios amplia crise
Desde 2023, o governo angolano adotou uma política de eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, com apoio do FMI. A recente decisão de subir o preço do diesel segue essa diretriz, mas gerou indignação generalizada.
Apesar de Angola ser o segundo maior produtor de petróleo da África, os cortes aumentaram o custo do transporte e elevaram os preços de alimentos e produtos essenciais. A maioria da população, que sobrevive com menos de 100 dólares por mês, considera a medida insustentável.
Especialistas alertam que o governo precisa equilibrar as reformas económicas com políticas sociais urgentes para evitar novos surtos de instabilidade.