Trump dificulta acordo comercial com Canadá por apoio à Palestina

Trump dificulta acordo comercial com Canadá após apoio ao Estado palestino

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as negociações para um acordo comercial com o Canadá tornaram-se “muito difíceis” depois que Ottawa expressou a intenção de reconhecer o Estado da Palestina. A declaração ocorreu em meio a tensões crescentes entre os dois países, influenciadas por fatores geopolíticos complexos.

Na terça-feira, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, explicou que a decisão de considerar o reconhecimento da Palestina reflete uma resposta ao sofrimento causado pelo conflito em Gaza, além dos planos israelenses de anexação de territórios palestinianos.

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Como consequência, a partir de sexta-feira, os EUA planejam impor uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses que não estejam cobertos pelo acordo trilateral com México. Apesar das negociações construtivas até então, Carney admitiu que alcançar um acordo integral antes do prazo de 1º de agosto é improvável.

Contexto comercial e impacto das tarifas

O Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, ficando atrás apenas do México. Além disso, o país é um importante comprador de exportações americanas e principal fornecedor de aço e alumínio. No mês passado, Ottawa suspendeu planos para impor tarifas sobre serviços digitais de empresas dos EUA, numa tentativa de facilitar as negociações.

Outros parceiros comerciais dos EUA, como Japão, União Europeia e Coreia do Sul, já alcançaram acordos recentes, aumentando a pressão para que Canadá, México, China e Índia façam o mesmo.

Reconhecimento da Palestina e reações internacionais

O anúncio canadense, feito na última quarta-feira, acompanha uma onda de países que também consideram reconhecer o Estado palestino. Carney revelou que o governo pretende formalizar essa posição durante a 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2025.

Ele condenou a catástrofe humanitária em Gaza, apontando para o sofrimento “insuportável” da população e expressou ceticismo em relação à viabilidade de uma solução de dois Estados, antes considerada um caminho para a paz.

Em contrapartida, Israel rejeitou a decisão, classificando-a como uma “pressão distorcida” que fortalece o Hamas e dificulta o cessar-fogo. O Ministério das Relações Exteriores israelense criticou o Canadá por “recompensar o Hamas” e prejudicar esforços diplomáticos.

Por outro lado, a Autoridade Palestiniana saudou o reconhecimento como um avanço significativo, reforçando o consenso internacional em favor da solução de dois Estados e apelando para que outros países sigam o exemplo canadense.

Posição de Portugal e Europa

Também na quarta-feira, Portugal e outros países europeus expressaram disposição para reconhecer o Estado da Palestina, conforme uma declaração conjunta assinada durante uma conferência da ONU sobre a solução de dois Estados. Entre os signatários estão Andorra, Finlândia, França, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, San Marino, Eslovênia e Espanha.

França confirmou que oficializará o reconhecimento durante a Assembleia Geral da ONU. Além disso, Reino Unido anunciou a possibilidade de reconhecer o Estado palestino, dependendo de avanços na situação humanitária em Gaza.

Esses países enfatizaram a necessidade de garantir a reconstrução de Gaza, o desarmamento do Hamas e seu afastamento do governo palestino, ressaltando ainda o papel vital das Nações Unidas na assistência humanitária.

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