O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (6) que poderá reunir-se “muito em breve” com o presidente russo, Vladimir Putin. A declaração veio após o que chamou de “conversas altamente produtivas” em Moscou, conduzidas por seu enviado especial, Steve Witkoff.
Trump pressiona por resultados rápidos
O encontro entre os dois líderes está condicionado aos desdobramentos de uma série de negociações diplomáticas em curso. Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discutiram o assunto por telefone, com a participação de líderes europeus como Macron e Scholz.
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Trump estabeleceu um prazo até sexta-feira para que Moscou mostre avanços concretos rumo a um cessar-fogo. Caso contrário, os EUA prometeram impor uma nova rodada de sanções — desta vez, mais duras e abrangentes.
Sanções secundárias em preparação
Fontes da Casa Branca confirmaram que o governo avalia medidas voltadas a setores estratégicos da economia russa. Trump afirmou que planeja aplicar “muito mais sanções secundárias”. Essas medidas atingirão também países e empresas que continuam a negociar com a Rússia.
Com isso, o impacto pode ultrapassar fronteiras. Setores como energia e fertilizantes enfrentam o risco de sofrer choques globais, segundo especialistas.
Moscou reage com fim de moratória nuclear
Steve Witkoff se reuniu por três horas com autoridades russas. Ele apresentou exigências como a cessação dos bombardeios e o restabelecimento de canais diplomáticos. O Kremlin considerou as conversas “úteis”, sinalizando abertura para negociações.
Entretanto, a Rússia manteve exigências duras: quer mais território e o fim do apoio ocidental à Ucrânia. Enquanto isso, a tensão militar aumentou após a Rússia encerrar sua moratória sobre mísseis nucleares de médio alcance. O governo russo alegou que os EUA teriam instalado armamento semelhante em bases da OTAN.
Bombardeio em Zaporizhzhia choca a Ucrânia
Enquanto diplomatas buscavam soluções, a guerra continuou no terreno. Na quarta-feira, um ataque russo atingiu um acampamento infantil em Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. O bombardeio matou duas pessoas e deixou doze feridos, segundo autoridades locais. Zelensky condenou o ataque como “terrorismo deliberado”.
Essas ações intensificam a pressão internacional por respostas mais duras contra Moscou. Países como Polônia e Lituânia pedem sanções mais agressivas, temendo que qualquer concessão enfraqueça a posição ocidental.
Cúpula Trump-Putin pode definir rumo da guerra
Apesar das críticas, Trump aposta numa solução negociada. Aliados republicanos mais conservadores o acusam de suavizar a postura frente a Putin, mas assessores políticos veem na diplomacia uma oportunidade de mostrar liderança internacional às vésperas das eleições.
Zelensky, por sua vez, reafirmou que não aceitará perdas territoriais. Mesmo assim, deixou claro que está aberto a negociações se houver compromisso real com o cessar-fogo.
O prazo de Trump termina na sexta-feira. Caso Moscou não apresente gestos concretos, como a suspensão dos ataques ou a aceitação de mediação, Washington deve anunciar as novas sanções já na próxima segunda-feira.
O encontro entre Trump e Putin poderá selar um acordo — ou então escancarar a divisão profunda entre as potências. O mundo observa com ceticismo, mas também com expectativa.