
O presidente do partido ANAMOLA, Venâncio Mondlane, criticou recentemente a condução do diálogo político nacional em Moçambique. Em publicação na sua página oficial do Facebook, Mondlane afirmou que “diálogo político sem ANAMOLA é o mesmo que Milão fugir do PSG e ir jogar com o Clube Desportivo da Matola, convencendo-se de que fez o melhor jogo do século e o árbitro declarar que o jogo é válido para a Taça UEFA”.
O dirigente também questionou a postura do representante da União Europeia no país, alegando que o processo de diálogo não tem sido inclusivo e defendendo a participação de todas as forças políticas para garantir um debate verdadeiramente representativo.
Em entrevista à Deutsche Welle, Mondlane esclareceu que não existe qualquer desentendimento pessoal com o diplomata, mas sim divergências institucionais. Ele criticou a “falta de imparcialidade” do embaixador e apontou uma “bajulação patológica” ao Presidente da República, que, na sua opinião, fragiliza o papel da União Europeia como parceira credível na promoção da democracia.
O líder do ANAMOLA destacou ainda que declarações do diplomata ignoraram episódios de detenções arbitrárias e tortura de membros do seu partido, reconhecidos posteriormente por decisões judiciais. Mondlane considera que o silêncio da União Europeia diante destes casos demonstra um alinhamento preocupante com o poder executivo, em detrimento dos direitos humanos.
Apesar das críticas, o político reforçou seu respeito pela União Europeia e pelos países que a integram, apelando para que a representação europeia reforce sua neutralidade e vocação mediadora num contexto político cada vez mais tenso em Moçambique.
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